Nascida em uma família de imigrantes judeus estabelecidos na Baixada Fluminense, Tereza Rachel iniciou a sua carreira artística em 1955 com a peça Os Elegantes, de Aurimar Rocha, mas ficou conhecida pelas interpretações de personagens inquietantes e grandes vilãs nas telenovelas brasileiras.
Foi casada com um espanhol e, posteriormente, com o cineasta Ipojuca Pontes.
Carreira
Fez personagens marcantes como a fútil Clô Hayalla na telenovela O Astro (1978), a temperamental Marta Gama em Baila Comigo (1981), a megera Renata Dumont em Louco Amor (1983), a inesquecível Rainha Valentine do Reino de Avilan em Que Rei Sou Eu? (1989) e a neurótica Francesca Ferreto em A Próxima Vitima (1995).[4]
Em 1978 houve um suspense adicional na reta final da novela O Astro: Tereza Rachel (que vivia Clô Hayala) sofreu um grave acidente automobilístico em junho daquele ano. O VW Passat de Tereza capotou quatro vezes e transformou-se num monte de ferragens. Tereza sofreu apenas escoriações e a fratura de um tornozelo, voltando às gravações da novela dias depois.[5]
Fundou em 1971 e inaugurou no ano seguinte o Teatro Tereza Rachel, adquirido através de um financiamento. O teatro abrigou espetáculos de êxito nos anos 80. Tereza produziu peças inéditas ligadas à vanguarda, fazendo de sua casa de espetáculos grande destaque do teatro carioca do período. Em entrevista à Rádio Italiana, Tereza Rachel explicou que em 2001 foi obrigada a arrendar o teatro para a Igreja Universal do Reino de Deus, devido a dificuldades na manutenção.[6]
Em março de 2012, o Teatro Tereza Rachel foi arrendado novamente, porém, por uma empresa de comunicação. O espaço conta com duas salas, sendo a maior intitulada "Sala Tereza Rachel", com capacidade para mais de 622 lugares, justa homenagem à atriz que fundou o local.
Era considerada uma das maiores atrizes e produtoras do teatro brasileiro. Sua impostação de voz firme e forte era uma das características mais marcantes.
Nos anos 2000, Tereza Rachel tentou resgatar montagens teatrais de grande porte, como, por exemplo, "A Celestina", porém, devido a falta de recursos e apoio publicitário, os projetos não foram adiante.
Tereza Rachel morreu aos 82 anos, em 2 de abril de 2016, após longo período de internação no Hospital São Lucas, em Copacabana, onde esteve desde 30 de dezembro de 2015, vítima de complicações no intestino. Foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério Comunal Israelita de Nilópolis.[7]
↑TEREZA Rachel. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Tereza Rachel. Acesso em: 05 de Ago. 2020