Marcélia de Souza Cartaxo (Cajazeiras, 27 de outubro de 1962) é uma atriz e diretora brasileira que ganhou notoriedade no filme A Hora da Estrela, baseado no romance de Clarice Lispector. A atriz já foi laureada com várias premiações ao longo de sua carreira, incluindo dois prêmios Grande Otelo, três Prêmios Guarani, um Kikito do Festival de Gramado, quatro Troféus Candango do Festival de Brasília, assim como o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim.[1]
Marcélia já estrelou diversos filmes prestigiados pela crítica cinematográfica, entre eles A Hora da Estrela (1985), pelo qual se tornou a primeira atriz brasileira a vencer o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Cinema de Berlim, Fronteira das Almas (1987), O Céu de Suely (2006), A História da Eternidade (2015) e Big Jato (2016). Por sua interpretação de Laurita em Madame Satã (2002) ela venceu o Grande Otelo de melhor atriz. Em 2020, ela estrelou a aclamada comédia dramática Pacarrete, no papel da protagonista título, que lhe rendeu seu segundo Grande Otelo de melhor atriz e outras premiações importantes.[2]
Ela fez sua estreia nos palcos no início dos anos 1980 na peça Beiço de Estrada com a qual viajou por todo o país, até chegar a São Paulo e ser convidada para trabalhos no cinema. Em 1990 estreou na televisão sendo convidada para integrar o elenco da novela Mico Preto. No mesmo ano, foi contratada pela Rede Manchete participando de produções como A História de Ana Raio e Zé Trovão e Amazônia. Destacou-se em 2016 na novela Velho Chico na TV Globo.[3]
Biografia
Nos tempos de adolescência, Marcélia fugia de casa, na pacata Cajazeiras, para ensaiar às escuras, no quintal de amigos. Sua trupe era a "Turma do Mickey", composta por uma dúzia de crianças que encenavam um repertório dos mais convencionais; sonhava em montar Chapeuzinho Vermelho e dublar As Frenéticas. Uma vez por ano, a turma ia para João Pessoa, que para a turma era sua Hollywood.
A mãe de Marcélia foi quem menos gostou da ideia de ver a filha se tornar atriz. Para ela, uma atriz se tornava prostituta e ator era vagabundo. De nada adiantaram as repreensões da mãe, Marcélia pegava as moedas que os fiéis depositavam no Santo Antônio de sua cidade e ia correndo para o cinema, sonhar com Greta Garbo e Marilyn Monroe. Chegou um dia a dizer que o santo devia ter achado um bom investimento, porque nunca a descobriram. E pensava: "Um dia lhe pago, meu santo".[4]
Carreira
No começo da década de 1980 o grupo de Marcélia resolveu montar Beiço de estrada, um texto original de Eliezer Filho, único universitário da equipe. Viajaram pelo Brasil todo, como parte do "Projeto Mambembão". Quando a montagem chegou a São Paulo, Marcélia encontrou a chance de sua vida: da plateia a cineasta Suzana Amaral observava o jeito tímido e forte daquela menina. A partir daí toma impulso a carreira da atriz.[5][6]
Na semana em que viajou até Berlim para receber uma premiação por seu papel em A Hora da Estrela, a atriz foi fisicamente agredida por um alemão anti-semita dentro de um ônibus, que justificou sua agressão por achar que Marcélia fosse judia.[7]
Em 2003, por sua atuação em Madame Satã, como a prostituta Laurita, recebeu o Prêmio de Melhor Atriz no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
Em 2020, recebeu o Prêmio de Melhor Atriz, no 47° Festival de Gramado, por seu trabalho memorável no filme Pacarrete, que trata sobre uma bailarina profissional e professora de dança, educação artística e educação física, mas que passou suas últimas décadas de vida tida como louca em Russas, no interior do Ceará[8].
Filmografia
Televisão
Cinema
Prêmios e indicações
Referências
Ligações externas
Prêmios de Marcélia Cartaxo |
---|
|
---|
1956–1979 | |
---|
1980–2009 | |
---|
2000–2020 | |
---|
|
---|
1965 – 1979 | |
---|
1980 – 1999 | |
---|
2000–presente | |
---|
|
---|
1973–1988 | |
---|
1989–2000 | |
---|
2001–2019 | |
---|
2020–presente | |
---|
|