A região de Ipiaú, até o início do século XX, era habitada por indígenas tapuias. Nessa época, a expansão do cultivo do cacau pela área e o estímulo ao desbravamento incentivado por Camamu e Jequié propiciaram a colonização e a formação de povoados como Barra do Rocha e Dois Irmãos (hoje Ubatã).[8]
Em 1913, o Senhor Raimundo dos Santos, também conhecido como “Raimundo Crente”, adquiriu um terreno devoluto, que hoje forma o município de Ipiaú e, em seguida, adquiriu o terreno que hoje abrange o município de Ibirataia. Na época, os terrenos recém-adquiridos por Raimundo eram praticamente desabitados, sendo habitados apenas por duas mulheres e um foragido de Castro Alves e frequentados por caçadores. Foram abertas as primeiras estradas e, com isso, surgiu o povoado de Rapatição (atual Ipiaú), cujo nome se deve à briga entre as duas mulheres citadas.[8]
Raimundo plantava e vendia cacau, certamente contribuindo com o desenvolvimento da lavoura cacaueira na região.[9]
Com o crescimento de Rapatição, o povoado foi elevado à categoria de distrito, com o nome de Alfredo Martins, subordinado a Camamu, por meio da Lei municipal n° 90, de 1° de junho de 1916, aprovada pela Lei estadual n° 1.156, de 1° de agosto desse mesmo ano.[8]
A excelência do solo para a lavoura cacaueira trouxe para Ipiaú colonizadores oriundos de Vitória da Conquista, Jequié, Ilhéus, Camamu e Ituberá. Com isso, houve conflitos fundiários na região.[8][9]
Com o crescimento cada vez maior de Alfredo Martins e a dificuldade de acesso à sede de Camamu, devido à distância e as dificuldades de transporte, iniciou-se, na primeira metade da década de 1920, um movimento de emancipação do distrito.[8]
O Decreto estadual n° 7.139, de 17 de dezembro de 1930, elevou Alfredo Martins à categoria de subprefeitura de Camamu, sendo renomeada para Rio Novo. No ano seguinte, por meio dos decretos estaduais n° 7.455, de 23 de junho de 1931, e 7479, de 8 de julho de 1931, Rio Novo foi transferido para Jequié.[8][9]
O Decreto Estadual n° 8.725, de 7 de dezembro de 1933, elevou o distrito e subprefeitura de Rio Novo à categoria de município, se desmembrando de Jequié, sendo instalado dez dias depois. Inicialmente, o município era constituído dos distritos de Rio Novo (sede), Tesouras, Barra do Rocha e Dois Irmãos, os quais, por meio do Decreto-lei estadual n° 141, de 31 de dezembro de 1943, tiveram seus nomes alterados, respectivamente, para Ipiaú, lbirataia, Barra do Rocha e Ubatã. Esse mesmo decreto de 1943 alterou o nome do município de Rio Novo para Ipiaú, topônimo este que significa, em tupi, rio novo.[8][9]
Ao longo de sua história, Ipiaú perdeu territórios para a criação dos municípios de Ubatã (1952), Ibirataia (1960) e Barra do Rocha (1961).[9]
Demografia
No censo de 2010 do IBGE, a população residente entre 0 e 19 anos era de 15.143 pessoas, entre 20 e 40 anos de 19.811 pessoas e entre 50 e 70 ou mais de 9.436 pessoas. A população residente de sexo masculino entre 0 e 20 anos é de 9.679 homens e entre 30 e 70 ou mais é de 12.465 homens e de sexo feminino entre 0 e 20 anos é de 9.495 mulheres e entre 30 e 70 ou mais é de 10.843 mulheres. Mostrando que em Ipiaú em 2010 existe mais jovens e adultos do que idosos e mais homens do que mulheres.[10]
Economia
Na economia, a remuneração média do trabalhador ipiauense é de 1,7 salários mínimos por pessoa. O índice de ocupação de pessoal em Ipiaú é de 11,1% (5.277 pessoas). O PIB per capita, ou seja, o Produto Interno Bruto por pessoa, é de R$ 8.990,99. No orçamento, Ipiaú registrou R$ 79,38 milhões em receitas e as despesas totalizaram 74.410.930 milhões. O resultado contábil em Ipiaú ficou em R$ 4,97 milhões.
A lavoura de cacau já contribuiu quase 49% do PIB baiano e trouxe muito lucro para a região, que era a principal cultivadora de cacau do estado. Entretanto, com a praga da vassoura-de-bruxa nos anos 1990, a cacauicultura acabou perdendo destaque na economia. E o que se sabe é que indústria ainda está em desenvolvimento, mas existe a presença de duas fábricas de polpa de fruta que veem aprimorando e contribuindo com as suas atividades para a economia da região; outra atividade que contribuiu para a prosperidade do território é a exploração de níquel por um grupo australiano de mineração.
Outra fonte de estímulo e benefício às atividades econômicas, é o Festival de AgroChocolate, que conta com a participação de Ilhéus e região. Considerado uma forte atração turística, com patrocinadores como a Associação dos Produtores de Cacau e Chocolate do Território Médio Rio das Contas (APROC), além de contar com a participação da Prefeitura Municipal de Ipiaú, tendo apoio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC). Esse projeto, com certeza, vem ajudando muito na valorização de vários produtos oferecidos na região, principalmente o cacau, pois o AgroCacau surgiu em 2014 e o AgroChocolate que surgiu em 2016, desde então beneficiando a economia de Ipiaú. Uma das características únicas desse festival de Ipiaú é ser a céu aberto e para todos os públicos, o que permite que a popularização do evento seja em grande escala, um exemplo disso foi em sua quarta edição, que contou com a visitação de mais ou menos 15 mil visitantes.
O evento AgroChocolate foi um forte desenvolvedor e diversificador de várias áreas do turismo na região, o que proporciona que esse projeto seja um grande influenciador cultural não só para Ipiaú, mas também para muitos municípios vizinhos que também necessita de projetos que beneficie a sua cultura e economia.[11]
Cultura
Em 2019, Ipiaú foi mantida no Mapa do Turismo da Bahia, contribuindo para a cultura e economia do município e região, visto que o turismo influencia positivamente na presença de atrações artísticas em festas como a de São Pedro. Com essa iniciativa, a Bahiatursa contribui no fortalecimento de várias regiões, e também da cultura e economia do município, destacado seu potencial para o turismo rural.[12]
Durante a pandemia de COVID-19, muitos artistas acabaram ficando sem renda. Por isso, a Diretoria de Cultura de Ipiaú convocou, em 2020, artistas e espaços culturais para cadastramento para receber o benefício emergencial. Esse benefício é resultado do projeto de Lei nº 1.075/2020, batizada de Lei Aldir Blanc, que foi aprovada pelo Governo Federal em agosto de 2020 e que tem como objetivo a definição da política cultural e a destinação de recursos para o Fundo de Cultura Municipal.[13]
Educação
No censo Amostra – Educação de 2010 do IBGE a população a partir de 10 anos de idade era de 37.401 pessoas, sendo destas apenas 9.818 pessoas frequentavam a escola. Mostrando assim, que existia uma taxa muito elevada da população que não consegue frequentar a escola. No que se refere a população adulta, a partir de 25 anos, cerca de 30% nunca foram à escola, o que gera um problema para o desenvolvimento da população.[14]
Infraestrutura
Na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE de 2017 o número de economias abastecidas é de 15.381 unidades com extensão total da rede de distribuição de água com 176 km. Sendo que, o volume de água tratada distribuída por dia é de 5.710 m³ e o volume de água consumido por dia é de 4.219 m³, com índice de perda de 26,1%. Já o esgotamento sanitário por rede coletora, o número de economias esgotadas é de 4.318 unidades com extensão total da rede coletora de esgoto de 68 km e volumes de esgoto tratado por dia de 3.223 m³. Mostrando assim, como o saneamento básico tem importância para a população.[15]
↑Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2010). «Perfil do município de Ipiaú - BA». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Consultado em 4 de março de 2014