Thomas Jeffrey Hanks (Concord, 9 de julho de 1956)[3] é um ator e cineastanorte-americano.[4] Conhecido por seus papéis cômicos e dramáticos, é uma das estrelas de cinema mais populares e reconhecidas em todo o mundo, sendo considerado um ícone cultural americano.[5] Os filmes de Hanks arrecadaram mais de 4,9 bilhões na América do Norte e mais de 9,96 bilhões em todo o mundo, tornando-o o quarto ator de maior bilheteria na América do Norte.[6]
Em 2012, os filmes de Hanks haviam totalizado mais de 4,2 bilhões de dólares nas bilheterias dos Estados Unidos, e em 2017, mais de 9 bilhões em todo o mundo,[7] o que fez dele um dos atores mais bem-sucedidos de todos os tempos.
Biografia
Vida pessoal
Hanks nasceu em Concord, na Califórnia. Seu pai, Amos Mefford Hanks, era um chefe de cozinha. Sua mãe, Janet Marylyn (nascida Frager), era enfermeira em um hospital. Eles divorciaram-se em 1960.[8] O pai de Tom Hanks tinha ancestralidade predominantemente inglesa, com alguns antepassados mais distantes cornualheses, alemães, escoceses e galeses. Por sua vez, a mãe de Tom tinha ancestralidade integralmente portuguesa, pois todos os seus bisavós eram dos Açores e emigraram para a Califórnia. O sobrenome original da família era Fraga, mas nos Estados Unidos foi anglicizado para Frager.[9][10] Em entrevista, Tom Hanks declarou que cresceu no Norte da Califórnia, onde existe uma larga comunidade de portugueses, e que ele e sua mãe sempre se orgulharam de serem de origem portuguesa.[11]
Começou a atuar no teatro na Universidade de Sacramento, na Califórnia. Mudou-se para Nova Iorque, onde conheceu sua futura esposa, a atriz teatral Samantha Lewes, que era a atriz principal da companhia. Tiveram o primeiro filho, Colin Hanks antes do casamento, que ocorreu um ano após o nascimento do menino, em 1978. Quatro anos mais tarde tiveram uma filha, Elizabeth Hanks. Porém, a personalidade extrovertida de Hanks começou a se diferenciar da pessoa tímida que era Samantha Lewes e, em 1987, quando Hanks começava a ganhar fama, os dois divorciaram-se. Em 2001 foi diagnosticado um câncer em Samantha, e ela morreu em março de 2002.
Em 1988 casou com Rita Wilson, uma atriz que ele havia conhecido num episódio de Bosom Buddies, e que reencontrou nas filmagens de Volunteers. Com Rita, Hanks teve mais dois filhos. Converteu-se, pois, à religião de sua esposa, o cristianismo ortodoxo.[12][13]
Em março de 2020, durante as gravações de um filme na Austrália, Tom Hanks e a sua mulher Rita Wilson foram diagnosticados positivo com COVID-19, durante a pandemia do novo coronavírus.[16] Em 16 de março, Hanks e sua esposa foram liberados do hospital.[17]
Carreira
Em Nova Iorque as oportunidades não apareceram logo para Hanks, que em pouco tempo estava desempregado. Com 24 anos teve uma chance, um pequeno papel em He Knows You're Alone, um filme de baixo orçamento.
Nesse mesmo ano, Hanks fez um teste para a televisão e foi contratado para fazer parte do elenco de Bosom Buddies, da ABC. Hanks fazia o papel de Kip Wilson, um jovem publicitário que se disfarça de mulher junto com o seu amigo Henry Desmond, interpretado por Peter Scolari, para entrar num hotel apenas para mulheres. Esse papel foi algo completamente diferente para ele, que estava habituado a fazer personagens de peças de Shakespeare.
O papel garantiu-lhe uma maior renda e a mudança para a Califórnia. Porém, após duas temporadas, o programa foi cancelado. Mas, para Hanks, a visibilidade desse trabalho tinha sido suficiente para lançar a sua carreira, garantido a presença em outras séries como Taxi, Happy Days e Family Ties.
Em Family Ties, Hanks fez parte da equipe de softball, onde ele se tornou amigo de Ron Howard, que mais tarde viria a ser o realizador do filme Splash.
Hanks recebeu 70 mil dólares[19] pelo trabalho, mas a maior recompensa foi ter sido o protagonista de um dos filmes de 1984 de maior sucesso. Esse sucesso garantiu a Hanks inúmeros papéis nos anos seguintes.
Em 1986, Hanks fez o papel de David Basner no filme Nothing in Common. Nesse filme, pôde interpretar um personagem que vivia um momento difícil que ele próprio já havia vivido. Nothing in Common mostrava a relação de David Basner com o seu pai, Max Basner (Jackie Gleason), que havia se separado da esposa e que agora sofria com uma doença renal.
Consagração
Indicações ao Óscar
Big
Em 1988 protagonizou o filme Big (br: Quero ser Grande), com grande sucesso comercial, atingindo 100 milhões de dólares de receita,[20] e que levou Tom Hanks à primeira indicação ao Oscar de melhor ator. Nesse filme, Hanks fez uma das cenas mais famosas da década quando tocou com Robert Loggia a canção "Heart and Soul" num piano gigante.
Philadelphia
Após cinco anos nos quais fez muitos filmes, mas de pouco sucesso, Hanks voltou à fama no filme Philadelphia, em que interpreta um advogadohomossexual demitido de uma corporação por ser soropositivo. Hanks fez um trabalho intensivo de estudo junto de pessoas soropositivas e homossexuais para aprender como eram as suas vidas. Todo o seu trabalho de estudo fez com que tivesse uma atuação que lhe valeu mais uma indicação para o Oscar, sendo que desta vez Hanks levou a estatueta.
Forrest Gump
No ano seguinte, estrelou o legendário filme Forrest Gump, que contava o crescimento de um jovem portador de debilidade mental de forma única, mesclando comédia e drama, e que mostrava uma visão do desenvolvimento da sociedade dos Estados Unidos nas últimas décadas sendo totalmente influenciado por Forrest. A actuação rendeu-lhe o segundo Oscar e, com ele, Hanks vislumbrou o superestrelato, tornando-se um dos actores mais solicitados dos últimos anos.
Saving Private Ryan
Em seguida Hanks voltou a trabalhar apenas como actor no filme de guerra Saving Private Ryan (br: O Resgate do Soldado Ryan), onde ele era o capitão John H. Miller, do exército dos Estados Unidos, encarregado de liderar um grupo de soldados no resgate do soldado Ryan. No filme Hanks teve a oportunidade de trabalhar pela primeira vez com Steven Spielberg. O trabalho final tornou-se um dos filmes mais aclamados sobre a segunda guerra mundial e a sua interpretação garantiu-lhe mais uma nomeação ao Oscar. Ainda por esse trabalho, Hanks recebeu um prêmio inédito na sua carreira, o Distinguished Public Service Award da marinha estadunidense.[21][22]
Cast Away
Em Cast Away (br: Náufrago; pt: O Náufrago), filme que lhe rendeu a quinta indicação ao Oscar, ele protagoniza uma história de um náufrago, que depois de muito tempo perdido volta à civilização. Muitos entendem como uma injustiça não ter sido Tom Hanks a ganhar o Oscar daquele ano, prêmio que foi para Russell Crowe.
Três anos mais tarde, Hanks voltou a aventurar-se como diretor na minissérie especial da HBOFrom the Earth to the Moon onde, mais uma vez, pôde falar de um assunto que lhe despertava muito interesse, o espaço. Ele também desempenhou o papel de produtor e atuou em alguns episódios.
Em 2007 fez a voz dele próprio no The Simpsons Movie. Em 11 de junho de 2019 foi lançado Toy Story 4 nos EUA (El Capitan Theatre) e o xerife Woody novamente na voz de Tom Hanks.
Atuação como diretor/realizador
Em 1996 Hanks realizou o filme That Thing You Do!, onde teve a oportunidade de trabalhar com a sua esposa e ele também trabalhou como ator. Com esse filme, apercebeu-se do quanto trabalhoso e cansativo era realizar um filme e decidiu que outros projetos ficariam para mais tarde.
Durante o período de divulgação dos seus filmes, Hanks passou a ser visto com uma enorme barba, criando um grande mistério sobre o que ele poderia estar fazendo. A resposta ao mistério veio em 2001, com o filme Cast Away. Hanks era Chuck Noland, um executivo da FedEx que, após um acidente de avião, vê-se sozinho numa ilha. As filmagens da primeira parte do filme foram feitas em 1999 e interrompidas por um ano para que o actor perdesse 20 kg e deixasse a barba crescer.
Em 2001, mais uma vez como produtor e diretor, Hanks voltou a falar sobre a guerra na minissérie da HBO Band of Brothers. Nessa série, ele voltou a trabalhar com Spielberg e teve a oportunidade de ter no elenco o seu filho Colin Hanks. Hanks fez ainda um pequeno papel como um oficial britânico.
Papel como criminoso e polícia
Em 2000 atuou em um drama humano e sensível - The Green Mile (À Espera de um Milagre), no qual interpreta o encarregado do corredor da morte e desenvolve uma amizade com John Coffey (Michael Clarke Duncan), um condenado com poderes especiais.
No ano de 2002, Hanks voltou às telas ao lado de Paul Newman, para fazer o papel de Michael Sullivan, um mafioso dos anos 20 no filme Road to Perdition (br: Estrada para Perdição; pt: Caminho para Perdição). No mesmo ano, interpretou o lado oposto no filme Catch Me If You Can (br: Prenda-me Se For Capaz; pt: Apanha-me Se Puderes), onde fez o papel de Carl Hanratty, um agente do FBI que tenta capturar o falsificador ou burlão Frank Abagnale, Jr., interpretado por Leonardo DiCaprio. Ainda em 2002, Hanks e a mulher Rita desempenharam o papel de produtores da comédiaMy Big Fat Greek Wedding (br: Casamento Grego; pt: Viram-se Gregos Para Casar).
Em 2004, o ator voltou com mais dois filmes de comédia, o remake de The Ladykillers (br: Matadores de Velhinhas / pt.: O Quinteto da Morte), realizado pelos irmãos Coen, e The Terminal (br: O Terminal; pt: Terminal de Aeroporto), o terceiro filme no qual foi dirigido por Spielberg. Para o papel de Viktor Navorski em The Terminal, Hanks precisou trabalhar a sua pronuncia para interpretar o personagem, um estrangeiro do leste europeu que fica preso dentro do Aeroporto Internacional John F. Kennedy.
O Código Da Vinci
Após passar dois anos nos quais se dedicou à tarefa de produtor, Hanks voltou ao cinema com o filme O Código Da Vinci, uma adaptação do livro de Dan Brown. Foi a terceira vez que o ator trabalhou com Ron Howard. Ainda em 2006, teve uma participação no filme de animação Cars (Carros), como o carro do xerife Woody, no epílogo do filme.
Recentemente entrou para o Livro dos Recordes por ter participado de sete filmes consecutivos que quebraram a barreira dos cem milhões de dólares em arrecadação.[24]
Hanks foi franco sobre sua oposição à Proposição 8 da Califórnia (2008), uma emenda à constituição da Califórnia que definiria o casamento como uma união apenas entre um homem e uma mulher. Ele e outros artistas levantaram mais de 44 milhões de dólares para fazer campanha contra a proposta, em contraste com os 39 milhões dos partidários. A Proposição 8 foi aprovada com 52% dos votos.
Um proponente do ambientalismo, Hanks é também um investidor em veículos elétricos. Ele possui um Toyota RAV4 EV e a primeira produção do AC Propulsion eBox.
Outras atividades
Um defensor do programa espacial tripulado da NASA, Hanks disse que ele originalmente queria ser um astronauta. Hanks é um membro da National Space Society, servindo no Conselho de governadores do educacional sem fins lucrativos de defesa espaço de organização fundada por Wernher von Braun.[28] Ele também produziu a minissérie da HBO, From the Earth to the Moon sobre o programa Apollo para enviar astronautas à lua. Além disso, Hanks co-escreveu e co-produziu Magnificent Desolation: Walking on the Moon 3D, um filme IMAX sobre os desembarques da lua.[29]
Em 2006, a Fundação Espacial concedeu a Hanks o Prêmio de Extensão Pública de Douglas S. Morrow, concedido anualmente a um indivíduo ou organização que fez contribuições significativas para a conscientização pública de programas espaciais.[30]
Em junho de 2006, Hanks foi indicado como membro honorário do Hall da Fama dos Rangers dos Estados Unidos por seu retrato fiel de um capitão no filme O Resgate do Soldado Ryan; Hanks, que não pôde comparecer à cerimônia de posse, foi o primeiro ator a receber tal honra. Além de seu papel em Resgate do Soldado Ryan, Hanks foi citado por servir como porta-voz nacional da Campanha do Memorial da Segunda Guerra Mundial, por ser o presidente honorário da Campanha de Capital do Museu do Dia D, e por seu papel em escrever e ajudar a produzir a minissérie ganhadora do Emmy, Band of Brothers.[31]
Hanks é um colecionador de máquinas de escrever manuais e as usa quase diariamente.[32] Em agosto de 2014, Hanks lançou Hanx Writer, um aplicativo para iOS destinado a imitar a experiência de usar uma máquina de escrever; em poucos dias, o aplicativo gratuito alcançou o número um na App Store.[33]
Legado
Hanks é conhecido por ser muito amável e atencioso com seus fãs. Muitos se referem frequentemente a ele como "o pai da América". Em 2013, quando estava estrelando Lucky Guy, de Nora Ephron, na Broadway, Hanks tinha mais de 300 fãs esperando por uma aparição dele após cada apresentação. Este foi o maior número de expectantes pós-show de qualquer performance da Broadway.
Hanks está classificado como o quarto maior astro de bilheteria de todos os tempos na América do Norte, com um total bruto de mais de 4,5 bilhões de dólares nas bilheterias norte-americanas, uma média de 100,8 de dólares milhões por filme. Em todo o mundo, seus filmes arrecadaram mais de 9,0 bilhões de dólares.